O que supostamente é um bom texto para se ler? O que realmente seria algo interessante para escrever aqui, e que prenderia qualquer outro alguém até a última palavra, se importando mesmo com o que está sendo dito?
Me deparei com minhas próprias palavras. Com meus sentimentos... Com o que eu transpareço ser. Me deparei com meus títulos, e quis entender... Qual é o problema comigo? Que tipo de problema eu tenho comigo mesma?
Hoje eu me lembrei que tenho certas crises com idade. Que me acho velha ora pra isso, ora praquilo. Humm... Qual o problema comigo? Estou envelhecendo. Estou 'crescendo'. Simplesmente seguindo o fluxo. Nunca imaginei que teria problema em lidar com quem sou, e em quem estou me tornando.
Fui inserida há alguns anos em meio a pessoas mais novas do que eu. Conheci, namorei, noivei, casei e escrevo a história da minha vida com alguém mais novo do que eu. Sou a filha mais velha. De repente parece que eu sou mais velha que todo mundo. E que estou lutando contra o relógio.
Fui inserida há alguns anos em meio a pessoas mais novas do que eu. Conheci, namorei, noivei, casei e escrevo a história da minha vida com alguém mais novo do que eu. Sou a filha mais velha. De repente parece que eu sou mais velha que todo mundo. E que estou lutando contra o relógio.
Todos os carnavais eu saio para acampar com o pessoal da igreja. Às vezes vamos pra Argentina, às vezes pra uma cidade vizinha. As últimas vezes, limitamos a acampar na cidade dos meus pais. Pude perceber que não me encaixava mais ali. Eu olhava para os lados, e não conseguia me sentir à vontade. Não era a mesma coisa...
Quase todos nós casamos e seguimos a nossa vida. Não tinha mais nenhum dos meus contemporâneos naquele lugar. Nenhum dos meus amigos estavam acampando. Me senti perdidamente deslocada. Acreditem ou não, eu nem consegui dormir uma noite na barraca. Bem cedo, peguei meu carro e minhas coisas, juntei o marido, e fomos dormir na casa do papai.
Eu não quero viver como se a ampulheta estivesse virada, caindo os últimos grãos de areia. Eu sei que é bom estar vivo. E quem conta idade, é porque está contando vida. Não é medo de morrer, ou de envelhecer de fato. É só insegurança de não dar tempo de fazer tudo que quero, tudo o que preciso, o que sinto.