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~ Eu não tenho nada para oferecer a ninguém, exceto minha própria confusão ~ J. Kerouac

sábado, 21 de abril de 2012

Dialética!


É bom ter todo tipo de gente na nossa vida; e quando digo ter, quero dizer conviver. Amigos são pessoas que nos fazem experienciar diversas situações, as deles, em nós mesmos. Viajamos, passeamos, conhecemos pessoas, nos divertimos, choramos, brigamos, e arrasamos na balada. 
Tem coisa aí que eu nunca fiz na vida. Mas, vivencio em cada história a mim contada. E eu gosto de viver. Não porque preciso da experiência do Outro para me sentir viva. Mas, porque gosto de saber que em mim, o Outro encontra boa vontade para dividir sua própria vida.
Tem gente que passa pela vida da gente, e marca nossa história de distintas maneiras. Nem tudo são rosas. Nem tudo foi perfeito... Mas, é agradável quando elas retornam para dizer um 'oi!', para dividir um momento, pra saber de você e se fazer saber.
Eu gosto. De verdade, gosto muito. De graça...




domingo, 15 de abril de 2012

O pequeno barco de velas brancas

Nasci nas Minas Gerais onde não tem mar. Minas tem montanhas, matas e tem céu. É aí que me sinto em casa. [...] Lá, quem quiser navegar tem de aprender que o mar de Minas é em outro lugar. "O mar de Minas não é no mar. O mar de Minas é no céu, pro mundo olhar pra cima e navegar sem nunca ter um porto onde chegar".
Acho que é por isso que em Minas nasce tanto poeta. Poeta é quem navega nos céus. Comecei a navegar no mar de Minas quando era menino. Me deitava no capim e ficava vendo as nuvens e os urubus. Pensava poesia sem saber o que era. A Adélia diz que poesia é quando a gente olha para uma pedra e vê outra coisa. Como no famoso poema de Drummond: "No meio do caminho tinha uma pedra..." Estou certo de que essa pedra que ele via era outra coisa cujo nome ele não podia dizer. Pois eu ficava olhando para as nuvens: via navios, bichos, rostos, monstros.
Meus mestres navegadores eram os urubus. Desajeitados em terra, não conheço poeta que tenha falado deles com carinho. É romântico dizer da amada que ela se parece com uma garça branca. Mas quem diria que ela se parece com um urubu? Que eu saiba, somente a Cecília viu sua beleza: "Até os urubus são belos, no largo círculo dos dias sossegados".
Urubus voam sem bater asas. Nas alturas, apenas as inclinam ligeiramente para flutuar ao sabor do vento. Deixam-se ser levados. Flutuam ao sabor do vento. São mestres do taoísmo.



O mar de água, eu só fui ver depois que me mudei para o Rio de Janeiro. Debruçado na amurada de pedra da praia de Botafogo, ficava a ver os barcos de velas brancas levados pelo vento. Como as garças, voando no céu de Minas. O mar me fascina. Mas, como não sou do mar, sou das matas, não vou. O mar me dá medo. Mar é perigo, naufrágio.
Dorival Caymi cantou o jangadeiro que entrou no mar e a jangada voltou só. Doce morrer no mar? Talvez. Melhor morrer no mistério indecifrável do mar que morrer as mortes banais da terra seca. Mas o perigo não importa. O fascínio é maior. Somos os únicos seres que amam o perigo.
Lá está o barquinho de velas brancas, navegando no mar! Bem que ele poderia navegar só nas baías e enseadas, onde não há perigo e o mar é sempre manso. Mas, não! Deixando a solidez da terra firme, ele se aventura para sentir o vento forte enfunando as velas e o salpicar da água salgada que salta da quilha contra as ondas. "Sem nunca ter um porto onde chegar", ele navega pelo puro prazer de entrar no mar.
[...] A vida é assim: somos pequenos barcos de velas brancas no mar desconhecido. Os remos são inúteis. A força dos elementos é maior que a nossa. Gosto de ver os urubus voando nos prenúncios de tempestade. Eles não lutam contra o vento. Flutuam, deixam-se levar. 
A sabedoria dos barcos a vela é a mesma sabedoria dos urubus. Brincar com o vento e a onda, vela e leme, e deixar-se ser levado. A sabedoria suprema.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Cansei;

Tem hora que minha paciência se estingue. Eu tentei... Estou sendo persistente e já faz algum tempo. Tem assunto que a gente não fica falando pra todo mundo. Só pra quem confia de mais. Só pra quem gosta. Às vezes, só pra quem ama.
Esse assunto da minha vida eu sequer levei até a terapia. Tinha motivos pra levar. Mas, não levei. Minha cabeça dói. Meu corpo simplesmente responde da maneira que ele quer. E eu estou de saco cheio. Na verdade, abri mão. Cansei! 


Às vezes me acho velha de mais. É certo que o relógio está correndo, e que não estamos ficando mais novos a cada dia. Só que alguma coisa de muita errada está acontecendo dentro de mim. E não posso parar pra pensar em nada disso. Um minuto olhando pra dentro, e meus olhos querem derramar essa angústia, ou sei lá, esse afeto incondicionado. 
Tenho vontade de deixar tudo pra lá. Desistir mesmo. E só seguir os dias, vivendo como tiver que ser. Não é que eu tenha perdido a fé. Pois não é isso, nem passa perto disso. É algo mais como preguiça de sonhar, de querer escrever minha história. Estou mais pra deixar acontecer e ver no que vai dar. Sem mais...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Descontraíndo;

Pude perceber que não estou em crise com quem sou, ou com quem estou sendo nos últimos dias. Acaba que quando a gente enche nossa mente de coisas mais importantes do que só ficar se lamuriando pelos cantos, as coisas começam a fluir melhor! Mesmo porque vira e mexe me vejo em diversas dimensões. E experienciar um pouco de cada coisa, me faz dar um tempo dessa bobageira toda que insiste em cutucar meus pensamentos.


Sair com velhas amigas (e não amigas velhas - hahhahaha) está me fazendo um bem danado. É muito bom só conversar, só continuar a viver, e com gente que já sabe como você é. Adorei a última semana, e porque não exercitar mais essa atividade?
Com textos, tarefas, fóruns e horas em sala de aula dessas duas pós graduação que me meti, estou sinceramente cada vez mais apaixonada por estudar. E não consigo me imaginar longe dessa via múltipla que é o aprender. Pareço ter uma sede insaciável...
E aí, me pego perdidamente desesperada por ler todos os livros que tem nessa casa, e não são poucos. Tenho lido um livro a cada uma semana, no máximo uma semana e meia... Daqui a pouco vai dar pane no cabeção...

Mas, estou mais tranquila. E acho que isso, é o que anda contando pra mim no momento.